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domingo, 7 de fevereiro de 2010

“Estudantes na rua… A luta continua!"



Cartazes, apitos, megafones, frases de protesto e alguma chuva. Foi o que encontrámos na manifestação estudantil do básico e secundário que decorreu hoje, em frente ao Ministério da Educação.

A Delegação Nacional de Associações de Estudantes dos Ensinos Básico e Secundário (DNAEEBS) declarou esta quinta-feira, dia 4 de Fevereiro, ‘Dia de Luta Nacional' e convocou manifestações por todo o país pela efectiva aplicação da Educação Sexual e contra o actual Estatuto do Aluno.
Na cidade de Lisboa, a manifestação teve lugar em frente ao Ministério da Educação, pouco passavam das 11:00h da manhã. Roucos, sem que os primeiros pingos de chuva os deixassem intimar, os manifestantes chegaram vindos da zona do Saldanha (local da concentração) rumo à porta do Ministério da Educação. Cartazes com as frases “Já chega + do mesmo” e gritos de ordem como “1, 2, 3 na rua outra vez… 4, 5, 6 não queremos estas leis”, “acordem para a realidade, não nos dizem a verdade”, “ Educação Sexual faz falta ao pessoal” e “Estudantes unidos jamais serão vencidos” deram voz aos mais de 400 alunos que ali se juntaram.


André Martelo, presidente da DNAEEBS

“Hoje é ‘Dia de Luta Nacional’ e estamos aqui como forma de protesto contra as injustiças do estatuto do aluno e pelo o fim dos exames nacionais, a melhoria das condições humanas e materiais das escolas, a diminuição do preço dos manuais escolares e ainda a existência de Educação Sexual nas escolas”, disse à FORUM, entre a multidão e o aparato policial que se foi formando, André Martelo (12º ano, Escola Secundária Passos Manuel), também presidente da DNAEEBS.



Liberdade de expressão ameaçada?
De acordo com este estudante, houve mesmo casos de alunos impedidos de participar nas manifestações, alguns “chegaram mesmo a ser levados para esquadras de polícia em Viseu”, refere André Martelo, sublinhando que isto “é uma vergonha e só mostra que o Governo está com medo de nós!”. O aluno garantiu ainda que sabe de casos onde funcionários das escolas ameaçaram os alunos manifestantes, mas garantiu que “o ataque concertado é grande, mas os estudantes vão continuar na rua!”.

Contactada pela FORUM à porta do Ministério da Educação, Madalena Queirós, Assessora da Ministra da Educação, disse desconhecer essas situações relatadas em Viseu. "Não temos conhecimento disso nem houve orientações do Ministério da Educação nesse sentido de quartar os direitos à liberdade de expressão dos estudantes. Nunca houve. No entanto, vamos averiguar esse assunto.", referiu a porta-voz.



Fim dos exames nacionais
A DNAEEBS, que diz representar mais de 100 associações estudantis, reclama ainda mais investimento nos estabelecimentos de ensino e o fim dos exames nacionais, uma avaliação no mínimo injusta, explica Diana Simões, aluna da Escola Secundária Gil Vicente. “Os exames nacionais são uma espécie de meta de uma corrida, em que havendo escolas diferentes, com condições completamente díspares, obrigam a que haja alunos que corram para essa meta 50 metros antes! Há escolas sem condições nenhumas de ensino e a nível de instalações… Essa avaliação uniforme não faz o menor sentido: termos boas notas durante 3 anos e perdermos tudo em 90 minutos, vedando assim a nossa entrada no superior não faz sentido!”, referiu a aluna.

A propósito deste tópico de protesto, a assessora da Ministra da Educação Madalena Queirós referiu que "nunca esteve em causa acabar com os exames".



Obras nas escolas
“Só fazem obras nos locais mais visitados e quem estuda no meio do nada fica sem condições nenhumas, como sempre foi!”, gritavam ainda a Marta, a Carina e a Lara, alunas do 11º ano da Escola Secundária Eça de Queirós.
“O Governo faz muita publicidade à Parque Escolar, mas na verdade são meia dúzia de escolas que estão a beneficiar de obras e ninguém percebeu ainda qual foi esse critério. Este Orçamento de Estado volta a esquecer-se das escolas que não têm ginásio para os seus alunos ou das Associações de Estudantes que não funcionam, porque nem sequer têm direito a uma sala”, referiu João Martins, aluno da Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho.



"Assim não há futuro, estatuto é um muro!"
“Muitos alunos não estão aqui, porque a falta não iria ser justificada, mediante este Estatuto do Aluno”, referiu um grupo de alunos da Secundária Eça de Queirós à comunicação social. Por seu turno, André Martelo decidiu explicar as alterações do estatuto a nível de faltas recorrendo a um exemplo pessoal. “Na minha turma, por exemplo, antes do Estatuto do Aluno estar em vigor havia uma ou duas pessoas com problemas de absentismo. Actualmente, a mesma turma, tem vários alunos ‘tapados’ por faltas e não foi porque os mesmos alunos decidiram faltar às aulas, foi porque as justificações deixaram de ser possíveis: estar doente ou ir a uma manifestação dá origem a faltas e pode dar origem a provas de recuperação”, disse o aluno, assegurando que, ainda assim, hoje, em todo o país, estariam mobilizados nesta manifestação nacional cerca de 20 mil alunos. “Ainda é cedo para percebermos quantos de nós saíram à rua, porque há escolas dos Açores com quem ainda nem falámos, por exemplo”.



Educação sexual já!
“Temos uma taxa elevadíssima de mães adolescentes solteiras, o que faz de Portugal um país quase terceiro mundista. Além disso, as aulas de Educação Sexual já foram aprovadas na Assembleia da República… Só não chegaram foi ainda às nossas salas de aula, o que não pode ser”, referiu ainda Diana Simões.

Fotos: {Ricardo Bento}

http://www.forum.pt/estudantes/noticias/442-estudantes-na-rua-a-luta-continuaq

4 comentários:

Anónimo disse...

o andré não é presidente ...
e não é dnaeebs ...
é dnaeesb...
e na dnaeesb nem direcção existe porque a dnaeesb nao é uma direcção de AE´s...

rui disse...

isto são erros graves que podem levar a outros entendimentos

Sérgio Rocheteau disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sérgio Rocheteau disse...

Olá!
Como podes ver, o "post" que aqui fizemos é uma total transcrição do artigo publicado na revista Fórum Estudante, da qual podes encontrar o link no fim deste mesmo post, e aí tens um espaço de comentários também!

Concordo que algumas dessas confusões podem levar a mal entendidos, a correcção fica feita.

Abraço,
Sérgio Rocheteau