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terça-feira, 30 de março de 2010

Resumo da Reunião com o Ministério


Reunião com o Ministério (24/03)
Fomos recebidos pela Conceição Gonçalves e pela Filipa Jesus, a assessora e a chefe de gabinete do Secretário de Estado da Educação, João Mata.
A reunião, de saldo bastante positivo, tratou do seguinte:
Modelo de Gestão das Escolas
- O Ministério, ao apostar neste modelo unipessoal, não crê estar a diminuir a democracia nas escolas: o Director é eleito, tem um conjunto de assessores, tem de apresentar um projecto sólido no processo de candidatura à Direcção, tem de cumprir esse projecto, pode ser demitido pelo Conselho Geral,... há uma série de mecanismos de controlo da Direcção que permitem responsabilizá-la pelas suas acções. Apesar de tudo, o modelo continua a ser "unipessoal" e distancia os alunos do exercício das suas competências democráticas, nomeadamente porque..
- ... têm muito pouco poder nos órgãos escolares, nomeadamente no Conselho Geral: a lei apenas garante a presença de um aluno nesse órgão. O Ministério admitiu nunca se ter debruçado sobre essa questão, e pediu-nos para formular uma proposta de alteração dessas regras.
Estatuto do Aluno
- É cedo para discutir o estatuto, pois este está a ser repensado e remodelado. Contudo, o Ministério admitiu estar, antes da reunião, indeciso no modelo a adoptar para a discussão do Estatuto - contactar várias entidades (associações de pais, através da CONFAP; professores, através das diferentes organizações de professores...); ou remetê-lo para discussão pública. Depois da reunião, este pareceu estar muito mais inclinado em contactar as diferentes entidades e, na ausência de um representante formal dos alunos, enviar o documento para todas as AEs do país poderem dizer de sua justiça (eventualmente fazendo-se uma selecção das AEs com direito de opinar sobre a matéria caso a adesão destas fosse muito elevada).
Recursos Materiais/Humanos nas Escolas
- É muito difícil resolver os problemas de falta de pessoal não docente nas escolas; são problemas praticamente estruturais e culturais do país, ligados às inúmeras baixas médicas no pessoal não docente. O que não justifica a ausência de uma resposta do Ministério a este problema - as escolas continuam com problemas de falta de funcionários, e uma justificação deste tipo é apenas isso - uma justificação. Não serve de solução. "É mutio difícil" não pode significar "nada vai ser feito".- Os recursos materiais, com as obras que estão a ser efectuadas, estão a melhorar drasticamente e a aproximar-se aos de escolas privadas, por exemplo.
Gratuitidade do Ensino
- O Ministério vai equiparar o SASE à base de dados da Segurança Social - isto é, em vez de se requerer uma inscrição no SASE, que inibe muitos alunos (nomeadamente por vergonha) de aproveitarem esta oportunidade, esse processo passa a ser automático e determinado pelos registos no sistema de Segurança Social.
- O Ministério não pode, com o actual sistema, controlar o mercado de venda de livros; mas pode, indirectamente, incentivar a redução dos preços dos manuais escolares, nomeadamente através de iniciativas como o Banco Nacional de Livros, que esteve quase a entrar em prática há alguns anos. Podemos sugerir a implementação de uma iniciativa de semelhante calibre.
Legalização da AE
- Foi-nos garantido que o processo de legalização de AEs vai ser estudado para saber onde é que pode haver simplificação/desburocratização. Esperamos que a resposta seja célere, não por capricho, mas por necessidade .
Educação Sexual
- É um aspecto fundamental no âmbito da Educação para a Saúde, e o Ministério garante que nunca houve um investimento tão grande na sua implementação.
- A preparação dos professores está a decorrer: já milhares de professores estão prontos, outros tantos ficarão prontos nos tempos que se avizinham.
- A proposta para a implementação da Educação Sexual só será lançada quando as bases forem sólidas o suficiente. Quando acontecerá isso? Brevemente. O que é brevemente?...
Apesar de termos encontrado alguns pontos de concordância com o Ministério, saímos desiludidos com um conjunto de aspectos - é algo deprimente que os responsáveis pelo Sistema de Educação não se apercebam de falhas graves da sua parte. Nós continuaremos a apresentar propostas no sentido de colmatar esses (referidos) defeitos; mas uma maior e melhor comunicação entre AEs e os responsáveis pelo Sistema de Educação não pode ser unilateral, devendo ser estimulada também pelo Ministério - porque não definir um responsável pela comunicação com os alunos, por exemplo?

Por outro lado, parece que todas as alterações são apenas evoluções do paradigma actual, não havendo intenção de caminhar rumo a um novo paradigma educativo - mais justo, mais democrático, mais enriquecedor.



Rodrigo Dias, 12ºA
em representação da DNAEESB
PS: Amanhã, dia 30/04, teremos outra reunião com o ME.

2 comentários:

João Queirós disse...

Para a questão dos manuais, nomeadamente para a possibilidade de criação dum Banco Nacional de Livros, vejo duas soluções: Uma ao nível do ministério e outra das escolas.
1- Haver um período mínimo de subsistência dos manuais, sendo feitas apenas revisões anuais para acrescentar eventuais descobertas (nomeadamente nos manuais de biologia), mudando-se apenas de manual caso fosse mesmo necessário. Esta medida (irreflectida, por favor discutam-na) colmataria duas falhas: a) - Um manual bom não seria substituído por um mau apenas para dar mais lucro às editoras. b) As "reservas" dos Bancos Nacionais de Livros durariam mais tempo e caso o voluntariado fosse muito (que concerteza seria), podia-se cobrir grande parte das despesas desses alunos.
2- No encalço da proposta feita em 1), faria todo o sentido que as escolas não tivessem, necessariamente, que seguir um determinado manual para cada disciplina. São os manuais que são feitos em função do programa e não o oposto. Se qualquer manual (claro que poderia haver um sugerido como preferencial, mas não obrigatório) que se demonstrasse válido para acompanhar o aluno pudesse ser aceite, era meio caminho andado para resolver este problema.

Por outro lado esta última medida traria algum trabalho extra aos professores; o de averiguar a validade do manual e o de fazer pequenos ajustes na forma como lecciona, mas suponho que não seja algo particularmente complicado e que se mostrariam complacentes .

Q

Anónimo disse...

O problema da reunião com o ME foi um bocado este: nós sugeriamos uma medida como o Banco Nacional de Livros, e o ME dizia que não estava a fazer nada quanto a isso mas que podiamos sugerir que houvesse um Banco Nacional de Livros... Querem tudo por escrito, não me parece que vá adiantar em nada...

O que nós sugerimos ao ME foi exactamente o que tu escreveste aqui. Actualmente o ME escolhe x manuais por ano que servem para cada disciplina, e dentro desse x cada escola ecolhe um. Bastaria ao ME emitir anualmente erratas para corrigir o que está mal - dava menos trabalho que escolher manuais de novo e poupava o tal trabalho aos profs.

Estas medidas não tiravam a "liberdade de mercado" a ninguém e acabava com a Máfia de Editoras que já existe há tanto tempo.


Abraço!
fjo